04/05/2020

A pandemia do coronavírus chegou ao Brasil e já afetou vários setores do mercado financeiro. E o investimento em imóveis não ficou imune. Afinal, a Covid-19 já começou a gerar uma nova crise financeira, antes mesmo que o país pudesse se recuperar da anterior.

Para muitos analistas do mercado, 2020 seria um ano de investimento e crescimento do setor imobiliário. O setor tinha demonstrado claros sinais de retomada depois de um período de crise.

Segundo estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas do último trimestre de 2019 aumentaram 13,9% em relação ao trimestre anterior, e 9,7% se comparadas com o mesmo período em 2018.

Desenhava-se o um ótimo período para investimentos imobiliários, ainda mais considerando as baixas taxas de juros de crédito imobiliário.

Contudo, o coronavírus virou as regras do jogo. Continue lendo e descubra o que mudou e confira uma previsão de quais serão os novos desafios do investidor para 2020.

Além disso, leia até o fim e confira: vale a pena investir em imóveis em 2020?

Quais os impactos do coronavírus para investimento em imóveis?Quais desafios de investir em meio à crise do coronavírus? | Monte Sião

A pandemia da COVID-19 certamente vai influenciar o mercado e deve ser levada em conta na hora de investir no setor.

Ainda é cedo para dizer com exatidão quais serão os novos desafios do investidor no mercado da construção civil. Contudo, podemos adiantar algumas previsões:

  • Atrasos nas obras

Já podemos dizer que atrasos em obras são muito prováveis, principalmente causados pela dificuldade para comprar materiais de construção, transportar equipamentos e até para ter os operários trabalhando no canteiro.

É importante lembrar que as construtoras podem buscar a aplicação legal do artigo 625 do Código Civil, que determina que o empreiteiro pode suspender a obra por motivos de força maior, caso a pandemia de fato afete os prazos. Isso fará com que ela fique livre do pagamento de multas contratuais.

Contudo, pode-se esperar que as construtoras vão fazer de tudo para superar esse atraso conforme as condições se apresentarem.

Caberá ao investidor ter paciência e contar que sua obra ainda será entregue com qualidade e no prazo mais curto possível.

  • Problemas financeiros em locações não residenciais

Muitas empresas tiveram que fechar as portas em períodos de quarentena. E mesmo fora da quarentena, a tendência à crise econômica fez com que muitas pessoas começassem a comprar menos.

Por isso, locatários de imóveis não residenciais podem ter problemas para pagar seu aluguel, ou mesmo rescindir contratos, prejudicando o financeiro dos investidores. Além disso, os locatários podem pedir suspensão do aluguel,  baseando-se em prerrogativas legais. Esses pedidos deverão ser avaliados caso a caso, pois a situação atual não tem precedentes.

  • Impacto negativo nas locações residenciais

O impacto em locações residenciais, como o investimento em apartamentos, deve sofrer menos o impacto. Contudo, o desaquecimento da economia estará presente ali também.

A inadimplência e rescisão de contratos serão impactos sérios no bolso de quem já investe no setor.

Previsões do mercado imobiliárioQuais desafios de investir em meio à crise do coronavírus? | Monte Sião

Os dados brasileiros ainda não estão totalmente claros, mas é possível notar facilmente uma queda nos investimentos imobiliários em outros países que foram atingidos antes pela pandemia.

No Brasil, o golpe também deve ser forte. Ao invés dos sinais de retomada que se apresentavam, os próximos meses provavelmente serão de queda. Afinal, uma crise econômica causa renegociação de aluguéis, além de queda no número de compras de imóveis. Com isso, as construtoras ficam com maior estoque e tendem a fazer menos lançamentos.

Vale a pena investir em imóveis em 2020?

Considerando a posição que o mercado imobiliário fica com a crise que está crescendo, a resposta é: provavelmente sim!

Primeiro, é preciso considerar que todas as tendências macroeconômicas que estavam organizando o crescimento do mercado imobiliário para 2020 continuam existindo – mas agora em segundo plano. Especialistas preveem que o crescimento seja adiado para 2021.  E é nesse crescimento que novos investidores devem focar.

Para quem quer investir – seja em um imóvel na planta ou em um prédio já construído – a tendência atual é de queda nos preços. Isso deve acontecer porque o estoque das construtoras vai crescer e porque, em tempos de crise, muitas pessoas vão vender seus investimentos sem considerar muito os valores.

É preciso levar em conta também uma queda nos juros, que vai facilitar os investimentos.

Nessa situação, quem estiver em uma posição de compra tem uma vantagem. Pode investir neste momento de baixa, com baixos custos, com a expectativa de recuperação no setor para os próximos anos.

É claro que há riscos nesse investimento e a economia pode não crescer no prazo esperado. No entanto, um investimento em renda fixa neste momento de queda dos juros tem uma perspectiva de renda muito menor. Por isso, os riscos são menores do que as expectativas positivas de crescimento.

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